| JOSÉ ALENCAR 1931-2011 |
A morte realmente é a angústia de quem vive, como dizia Vinicius. Ela chega, muitas vezes devagar, sorrateira,praticamente invisível, em muitos casos, mas no caso do José Alencar, todos nós acompanhamos dia após dia ela chegando, muitas vezes até se encolheu como se fosse milagrosamente embora, mas que nada, a morte ri dos nossos temores, ela zomba dos nossos mais profundos sentimentos, porque quando menos se espera ela tira de cena nossos entes mais queridos, nossos companheiros e nesse caso tirou um homem com H maiúsculo, pois um homem que não temia a morte e sim a desonra, era um homem como poucos nesse país, que abandonou de vez "o fio de barba" para honrar compromissos. Honra, uma palavra antes tão respeitada, hoje ficou "old fashioned", demodê, piegas. Ninguém mais leva a sério ter honra, nome limpo, crédito na "praça" e deixar para os filhos uma conduta íntegra e pelo jeito José Alencar era assim e esperamos que assim fosse.
Homens assim que nosso país precisa com urgência e olhando para o horizonte não conseguimos enxergar cidadãos assim, principalmente os que detém o poder, aliás aproveitando o ensejo, foram cancelados os trabalhos em Brasília, mas será que José Alencar gostaria de saber dessa "folga"? Pelo jeito ele iria reprovar, pois sempre um guerreiro, trabalhador e honrado.
Muito ouvimos dizer que ele só estava conseguindo superar a doença por estar num bom hospital, com bons profissionais, cercado de conforto e carinho, diferente dos pobres que possuem a mesma doença e são tratados como lixo nos nossos falidos hospitais, mas a garra que ele teve deve ser um exemplo, mesmo para os pacientes de hospitais públicos, força e coragem não faltou a ele.
DESCANSE EM PAZ E OLHE POR NÓS.
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