Imagem do mêtro no pateo jabaquara - 1972 |
Antes era o bonde- Centex que
facilitava a vida dos paulistanos e
fazia parte da paisagem urbana, cortando com seus trilhos as ruas e avenidas da
cidade. Em 27 de março de 1968 essa
atividade se findou na Linha de Santo Amaro e para os “entendidos” esse
transporte se tornou obsoleto, diante das novas tecnologias, embora São Paulo
tenha sido uma das cidades que mais utilizou esse meio de transporte, que
cortava as avenidas com seus trilhos ,
seu barulho peculiar, motorneiro e cobrador, esse que ficava pendurado no
estribo para receber o dinheiro da passagem e depois tocava um sininho,
avisando que o motorneiro poderia seguir viagem, mas todo esse romantismo teve
fim.
As obras da primeira linha do
Metrô começaram a ser construídas em 1968 e foi inaugurada em 1974 – chamada
Linha Norte-Sul, ligando o Jabaquara à Santana, em 1975 foi inaugurado o trecho
Vila Mariana-Liberdade e também Liberdade-Santana e 1978 foi a vez da Estação
Sé.
No início era um “zum,zum,zum”
medonho entre os habitantes das regiões que o Metrô iria atingir, inclusive
gerando desespero entre os comerciantes, pois seriam 6 anos de pura estagnação
para o comércio, calçadas foram diminuídas
e apesar do transtorno causado no pedaço, ônibus desviados de seus trajetos
e moradores atônitos, finalmente a Linha Azul foi inaugurada e um alívio para
todos.
Os mais velhos juravam que nunca
iriam utilizar o “bicho” sob a terra e
diziam que embaixo da terra é só tatu e
quando a gente morre, sete palmos abaixo.
A primeira viagem no metrô foi um
alvoroço, pois todos queriam conhecer aquela obra prima da engenharia e virou
ponto turístico nos finais de semana.
Um amigo meu, o Cafu decidiu, com
muito medo, enfrentar sozinho o “bicho”, então ele comprou o bilhete, mas não sabia
como usá-lo, por vergonha de perguntar ficou parado, observando como as pessoas
agiam, mas o que ele via era que elas “batiam” na catraca e passavam, sem
utilizar o bilhete, então ele fez o mesmo, e lá ficou parado por alguns minutos
até que o funcionário do Metrô percebeu aquele rapaz, batendo o tempo todo na
catraca e foi até lá ajudá-lo.
A risada foi geral, pois ele, que
era negro, dizia que tinha ficado roxo de vergonha.
Nosso bairro ficou valorizado
pela presença de tão alta tecnologia e orgulhosos todos dizíamos que nosso
bairro era o mais moderno de São Paulo.
A geração de hoje, tão acostumada
à esse meio de transporte, não faz ideia do que era a vida antes do Metrô,
ônibus lotado da CMTC, demorava horas para se chegar até o centro da cidade,
claro ainda hoje temos esse problema ,
mas sem o metrô seria um verdadeiro caos.
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