terça-feira, 13 de novembro de 2012

CHEGADA DO METRÔ EM SÃO PAULO


Imagem do mêtro no pateo jabaquara - 1972 




Antes era o bonde- Centex que facilitava  a vida dos paulistanos e fazia parte da paisagem urbana, cortando com seus trilhos as ruas e avenidas da cidade.  Em 27 de março de 1968 essa atividade se findou na Linha de Santo Amaro e para os “entendidos” esse transporte se tornou obsoleto, diante das novas tecnologias, embora São Paulo tenha sido uma das cidades que mais utilizou esse meio de transporte, que cortava as avenidas  com seus trilhos , seu barulho peculiar, motorneiro e cobrador, esse que ficava pendurado no estribo para receber o dinheiro da passagem e depois tocava um sininho, avisando que o motorneiro poderia seguir viagem, mas todo esse romantismo teve fim.
As obras da primeira linha do Metrô começaram a ser construídas em 1968 e foi inaugurada em 1974 – chamada Linha Norte-Sul, ligando o Jabaquara à Santana, em 1975 foi inaugurado o trecho Vila Mariana-Liberdade e também Liberdade-Santana e 1978 foi a vez da Estação Sé.
No início era um “zum,zum,zum” medonho entre os habitantes das regiões que o Metrô iria atingir, inclusive gerando desespero entre os comerciantes, pois seriam 6 anos de pura estagnação para o comércio, calçadas foram diminuídas  e apesar do transtorno causado no pedaço, ônibus desviados de seus trajetos e moradores atônitos, finalmente a Linha Azul foi inaugurada e um alívio para todos.
Os mais velhos juravam que nunca iriam utilizar o “bicho”  sob a terra e diziam que embaixo da terra é só  tatu e quando a gente morre, sete palmos abaixo.
A primeira viagem no metrô foi um alvoroço, pois todos queriam conhecer aquela obra prima da engenharia e virou ponto turístico nos finais de semana.
Um amigo meu, o Cafu decidiu, com muito medo, enfrentar sozinho o “bicho”, então ele comprou o bilhete, mas não sabia como usá-lo, por vergonha de perguntar ficou parado, observando como as pessoas agiam, mas o que ele via era que elas “batiam” na catraca e passavam, sem utilizar o bilhete, então ele fez o mesmo, e lá ficou parado por alguns minutos até que o funcionário do Metrô percebeu aquele rapaz, batendo o tempo todo na catraca e foi até lá ajudá-lo.
A risada foi geral, pois ele, que era negro, dizia que tinha ficado roxo de vergonha.
Nosso bairro ficou valorizado pela presença de tão alta tecnologia e orgulhosos todos dizíamos que nosso bairro era o mais moderno de São Paulo.
A geração de hoje, tão acostumada à esse meio de transporte, não faz ideia do que era a vida antes do Metrô, ônibus lotado da CMTC, demorava horas para se chegar até o centro da cidade, claro ainda hoje temos esse problema  , mas sem o metrô  seria  um verdadeiro  caos.

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